Jardim de Èze
Jardim de Èze
Subi o charmoso vilarejo de Èze, não pela magnífica vista do Mediterrâneo, mas sim para poder contemplar a fragilidade e delicadeza das esculturas do artista plástico francês, Jean-Philippe Richard, que sempre me encantaram. Influenciado por Rodin, a obra do escultor manifesta uma renovação contemporânea: são esculpidas em argila, que Jean-Philippe denomina de “pó de estrelas”. Contudo confere às suas etéreas figuras femininas uma aparência de estatuária clássica.
As vinte “Deusas” de Jean-Philippe Richard, estão dispostas ao longo do percurso do Jardim de Èze, e transmite-nos a mensagem de seu criador: “Silenciosas promessas de felicidade indescritível, olho para ti, e basta !”. Só esta definição é mais do que suficiente para que Èze seja considerado o vilarejo mais romântico da Côte d’Azur.
O caminho de Nietzsche
Outro atrativo de Èze é sem dúvidas, o “Caminho de Nietzsche”, uma trilha panorâmica que liga Èze a Èze-sur-Mer. Um trajeto que requer muito preparo físico, portanto, apenas para os iniciados.
Nietzsche chegou em Èze em 1883 e percorria esse mesmo caminho, todos os dias. Segundo a lenda, foi nesse sinuoso percurso que Nietzsche concebeu a terceira parte da sua obra: “Assim Falou Zaratustra”.
O filósofo sempre gostou de caminhar. Quando era professor na Basileia, fazia longas caminhadas com seu colega professor Burckhardt, conhecido por muitos como o “pai da história da arte”. Com Wagner fez várias escaladas no Monte Pilatos, onde cantavam e filosofavam pelo caminho. Em seu livro “Crepúsculo dos Ìdolos”, Nietzsche afirma: “Todos os pensamentos verdadeiramente grandes são concebidos durante uma caminhada.”
Mas para Frédéric Chamoux, um simpático gentleman, guia de turismo na Côte d’Azur, Éze não é um lugar para passar apenas algumas horas e vai além das esculturas de Jean-Philippe Richard e do Caminho de Nietzsche. Existem outras diversas razões para você visitar Èze e Fred nos conta um pouco mais sobre o local:
“Èze village é um dos mais charmosos vilarejos medievais da Côte d’ Azur, inteiramente reservado para pedestres (aproveito para alertar que a visita não é recomendada às pessoas com dificuldades de locomoção pois é muito íngreme).
Estamos entre Nice e Mônaco, no topo de um pico rochoso, chamado de ninho de águia a cerca de 400 metros de altitude. Hoje, são 300 pessoas que ainda vivem em Èze, em sua maioria donos de comércios.
Mas por que construir um vilarejo no topo de um penhasco? Agora, vamos fazer uma viagem no passado, 800 anos atrás…quais eram as preocupações da época? Eram duas…
Primeiro, a água, obviamente não se vive sem água! Por incrível que pareça, puderam encontrar água no topo desta pedra, furando a rocha pois os lençóis freáticos tinham muita pressão.
Segundo, a proteção…e ali encontraram o lugar perfeito…é impossível chegar ao vilarejo sem passar pela única entrada, o que garante mais segurança a Èze!
O vilarejo conta com hotéis de altíssima qualidade e muito charme, como por exemplo:
Château de La Chèvre d’Or
Tudo começou com um restaurante, de mesmo nome e muitas vezes premiado…devido ao sucesso do restaurante, o dono resolveu comprar as casas ao redor para criar o hotel nos anos 50. Mas porque esse nome? A cabra de ouro é uma lenda de origem árabe trazida pelos Sarracenos (habitantes do norte da África, há séculos atrás)…a cabra de ouro era, supostamente, protetora dos tesouros lendários e assimilada à cultura local, aos poucos. Recentemente, foi eleito o resort número um na França.
Jardim Exótico
Aproximadamente 1.000 espécies de suculentas e cactos compõem o Jardin Exotique. Localizado no topo do vilarejo, o jardim oferece uma coleção inigualável de plantas tropicais. O ponto alto é, sem dúvida, a vista…uma das mais bonitas vistas da Côte d’Azur…podemos ver Nice, Antibes e Cannes (40 kms) e as suas ilhas de Lérins mas, infelizmente, ao oeste em direção de Mônaco a vista é mais limitada!”
Frederic Chamoux, nascido em Marrocos, numa família de expatriados franceses, morou também na França e no Brasil, onde passou 30 anos (principalmente em São Paulo mas também em Angra dos Reis RJ e São Sebastião SP) e hoje fala fluentemente quatro idiomas (francês, português, inglês e espanhol).
Formado em Economia e Hotelaria, trabalhou por dez anos na hotelaria de luxo no Brasil (entre outros, no Maksoud Plaza em São Paulo e na rede Frade em Angra dos Reis).
“Encontrei um nicho de mercado muito promissor no transporte de executivos estrangeiros e decidi abrir a minha própria empresa, no Brasil. Foram vinte anos de crescimento até a crise econômica chegar. Nesse período, tive o prazer de trabalhar para vários chefes de estado (comitivas do Itamaraty), presidentes de multinacionais, assessores políticos de Clinton nos Estados Unidos e Mitterand na França.
Foi então, no início de 2017, que resolvi voltar para a minha terrinha por falta de opção! Desde então, atuo como guia de turismo na Cote d’azur (de Saint Tropez até Sanremo, na Itália, passando por Mônaco, Cannes e Nice) e assim completo vinte e cinco anos de turismo.”, relata Fred. Portanto, quando for para a Riviera Francesa, não hesite em contatar o elegante Frederic Chamoux, que além de dominar o nosso idioma, terá o maior prazer em conduzi-los pelos lugares mais glamourosos da Côte d’Azur.
Pat Schwab
Hello Frida, What a beautiful place. The sculptures are so alluring. Thanks for sharing.
Anita Gouveia
Amei o site, parabÉns
Pankaj Toshniwal
as if time is at ease with life…..beautiful.I